quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mylla Souza: “Jiu-jitsu e MMA não são apenas esportes, são filosofia de vida”




O MMA surgiu de maneira engraçada na vida de Mylla Souza, atleta que tem origem no jiu-jitsu mas que hoje também se dedica aos treinos de Muay Thai e boxe para encarar outras feras femininas das artes marciais mistas.
Mylla é aluna do Mestre Sama,  na Power Lotus Team, e está pronta para encarar a revanche contra Sandra Maria no Max Fight 10, evento que ocorrerá no dia 10 de novembro, pela 1ª etapa do GP Brasil.
blog Mano a Mano entrevistou a lutadora da categoria de 60kg, que falou um pouco sobre o preconceito em relação às mulheres lutadoras e a importância dos esportes de combate na vida dessa batalhadora. Confira o papo na íntegra:
Blog Manoa Mano: Mylla, quais as suas graduações nas artes marciais e em qual você começou?
Mylla Souza: A minha graduação hoje é faixa branca três graus no jiu-jitsu. Comecei no  jiu-jitsu mas também treino Muay Thai  e boxe mas não possuo nenhuma graduação nessas artes.
Como o MMA surgiu na sua vida?
De uma maneira engraçada (risos). Em um dia de treino, meu mestre Sama perguntou pra mim: Quer lutar um evento de MMA? Eu falei: Tá doido? Nunca lutei MMA. Perguntei se eu conseguia e ele disse que sim, então falei “demorou”. Treinei um mês, lutei, ganhei e gostei e estou lutando até hoje e pretendo ficar.
Qual é o seu cartel no MMA?
Tenho duas lutas apenas, uma vitória e uma derrota, e vou fazer a revanche agora com a Sandra.
Com quais treinadores e atletas você se preparou para a sua próxima luta?
Com os Mestres Sama e Rogério, (jiu-jitsu e MMA), Marcio Felix (preparador físico), André Basílio (professor de boxe), Thiago Jabuti (professor de Muai Thay), Caio Jacaré, Salvador Minniti, Negão, Alain, Ceará e com a Ketty Terra que me deram uma força lá nos treinos e estou sempre treinando forte com todo o pessoal da Família Power.
Você acha que o preconceito em relação às lutas femininas diminuiu?
Diminuiu um pouco. O público ainda não acredita muito em mulheres que lutam e que estão fora da mídia possam fazer um bom show. Acredito que os grandes lutadores não são apenas aqueles que estão na mídia, mas aqueles que ainda estão dentro das academias.
A sua família te apoiou quando você decidiu se tornar lutadora?
A minha irmã Debora foi a pessoa que sempre me apoiou, meus pais no começo ficaram meio que: “Isso não é pra você”,  mas hoje em dia sempre me dão força.
Como é a relação com as outras mulheres? Elas te admiram ou criticam por ser uma lutadora?
Não tenho muita mulher no meu círculo de amizades, justamente pelo diferencial de pensamentos e comportamento,  mas as que estão próximas de mim me admiram e  apóiam muito.
O que mudou na sua vida desde que você passou a ser praticante do MMA?
Minha visão sobre muitas coisas mudou. Meu caráter, minhas atitudes, tudo, pois para mim o jiu-jitsu e o MMA não são apenas esportes, e sim filosofia de vida. As superações que preciso ter dentro do ringue são as mesmas que eu preciso para enfrentar o mundo lá fora. Meu foco hoje é treino e mais treino, deixou de ser uma simples mecânica para uma lutadora de MMA que tem que dar o seu melhor dentro e fora do ringue.
Alguma vez você usou a sua técnica para defender-se de algum homem?
Graças a Deus nunca foi preciso. Deus tem me guardado fielmente!
O que você sabe sobre a Sandra Maria, sua adversária do dia 10?
Não sei nada, apenas que ela é faixa azul de jiu-jitsu. Também não procuro saber, pois para mim não vai mudar muita coisa. Independente do que ela luta, eu vou fazer o que eu sei dando o meu melhor!
Qual estratégia você pretende impor na luta para conquistar a vitória?
Não faço estratégia, apenas faço o meu jogo dependendo da situação. MMA é muito imprevisível. Treino muitas situações para me dar bem em todas.
Qual o seu sonho como lutadora?
Poder chegar no Strikeforce, sem atalhos, passando por todos os ringues que tiver que passar, e quando chegar lá, poder dizer que foi Deus que me colocou ali, e toda glória sempre será pra Ele. Quando eu conseguir, vou sonhar mais alto, afinal o céu e o limite.
Em relação aos patrocínios, é mais difícil obtê-los por ser mulher?
Sim, é muito difícil. Acho que pelo simples fato de que por enquanto mulher no ringue não traz muita credibilidade. Graças a Deus tenho uma parceria com a Ramuaii Sports, onde eles estão me apoiando. Não é muito mas já é um começo.
Se tivesse a oportunidade de mandar um recado para a Sandra, qual seria?
Boa luta!
Deixe uma mensagem aos fãs paulistas que te prestigiarão no Max Fight 10.
Obrigada a cada um que vai disponibilizar o seu tempo nesse grande evento que é o Max Figth 10. Quero agradecer aos organizadores por acreditar em mim, a minha Família Power Lotus Team, mestres e amigos de treino e minha família. Estou treinando pra fazer uma boa luta e espero corresponder à expectativa de cada um de vocês.
                                                                                                                         Eduardo Cruz às 9:47

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